Wednesday, November 21, 2007

Hugo - dia 1| Hugo - day 1

No primeiro dia do Hugo em Londres, decidimos não nos afastar muito de casa, e simultanteamente dar-lhe oportunidade de se manter treinado na fotografia. Para isso, nada melhor que Richmond Park! Lá fomos a pé até ao dito parque, para dar um passeio, munidos de rações que incluíam ainda Fudge. Passámos pela Isabella Plantation – o jardim vedado para não ser devorado pelos veados – onde o riacho fazia umas mini-cascatas engraçadas, e passámos algum tempo (como não havia nenhum não-biólogo connosco para se queixar, não sei quanto...) a observar as várias espécies de pato e galinha-de-água que por lá andavam.

On Hugo’s first day in London, we decided not to stray too far from home, and simultaneously keep him in training for his photography course. What better place than Richmond Park for such an endeavour? So we walked to the Park to have a walk, armed with rations which still included Fudge. We walked through the Isabella Plantation – the deer-protected garden – where the little stream made some nice mini-waterfalls, and spent some time (as there were no non-biologists with us to complain, I don’t know how much…) watching assorted ducks and waterfowl.

Pato arlequim a beber no lago.| Harlequin duck drinking from the lake.


Acabámos por almoçar em frente a um grupo de veados, e o Hugo aproveitou para dar de comer aos corvos (as pessoas normais alimentam os pombos e/ou pardais, mas os biólogo-fotógrafos têm que ser originais!)

We ended up having lunch in front of some dear, while Hugo fed the ravens (normal people feed pigeons and/or sparrows, but biologist-photographers have to be different!)

E apanhámos o fim da época de brama!|And we caught the end of the deer rut!


Na deambulação de regresso a casa, já ao entardecer, além dos corvos, pêgas e periquitos invasores abundantes nesta área, vimos um pica-pau verde! Infelizmente, ele andava muito escondido na erva alta, e na altura era eu que tinha a máquina fotográfica na mão, o que implica que não há grandes fotografias do bicho...

On the roundabout walk back home, at twilight, after ravens, magpies and the ever-present invasive perikeets, we saw a green woodpecker! Unfortunately, it was hiding in the tall grass, and I was holding the camera at the time, which means there are no great photos of it...


Juro que está um pica-pau nesta foto!|I swear there's a woodpecker in that photo!

Thursday, November 08, 2007

"I went to London, to visit the Queen"

Last Tuesday, Rui (my "godson" from college) was passing by London, and we arranged to meet at Westminster for a touristy morning. When I got off the train in Waterloo, I decided it wasn't worth getting the underground, I could simply cross the bridge and walk along the riverside. So I set off, and shortly after crossing Waterloo bridge, I realized why traffic looked so chaotic: the road was closed. Fortunately for me, as I'd forgotten my map at home, the road was open to pedestrians, so I was able to enjoy a nice walk with no exhaust fumes or engine noises. I stopped on the corner in front of Big Ben, and decided to phone Rui in order to avoid the two of us walking round in circles chasing each other: take out my English mobile (the one he'd sent his message to) to check his number, take out my Portuguese mobile to phone him from, repeat the whole process because the mobile decided to ignore the +351 and then complained the number didn't exist, and finally Rui answers and says he's in front of Big Ben. For a moment I thought he was on the other side of Big Ben in relation to me, but as the conversation advanced it dawned on me we were on the same side. That's when I (finally) had the bright idea of actually lifting my head and looking around. And there was Rui, talking on his mobile, on the 'island' in the middle of the road - where the zebra crossing at my feet lead! So close, in fact, that I realized then I could hear his voice through the ear that was not glued to the phone... Anyway, after the inevitable comments, and although we were still rather puzzled by the fact that all the roads around us were closed, we decided to make the most of the opportunity to walk along the middle of Westminster Bridge. Fortunately our "making the most of it" was less enthusiastic than that of the group of Italian tourists (don't ask me why, but I mentally labeled them as Italian) who had sat down on the floor to take photos... and had to jump out of the way when two police motorbikes zoomed by, escorting a pick-up truck! We took the mandatory photos with the famous clock...

Na 3ª-feira passada, o Rui (meu afilhado da faculdade) esteve de passagem por Londres, e combinámos encontrar-nos em Westminster para dar o belo do passeio turístico. Quando saí do comboio em Waterloo, decidi que não valia a pena apanhar o metro, podia simplesmente atravessar a ponte e ir a pé à beira-rio. Pus pés ao caminho, e pouco depois de ter atravessado a dita ponte (de Waterloo) descobri a explicação para o ar caótico do trânsito: a rua estava fechada. Felizmente para mim, que me tinha esquecido do mapa em casa, a rua não estava fechada a peões, e assim tive um passeio sem fumo de escape nem barulho de motores, o que foi agradável. Parei na esquina, frente ao Big Ben, e achei melhor ligar ao Rui para evitar andarmos às voltas à procura um do outro: toca a sacar do telemóvel inglês (para onde ele me tinha mandado mensagem) para confirmar o nº dele, sacar do telemóvel português para lhe ligar, repetir o processo porque o telemóvel decidiu ignorar o +351 e depois queixou-se que o nº não existia, e por fim o Rui atende, e diz-me que está em frente ao Big Ben. Por momentos pensei que ele estivesse do lado oposto ao meu, mas depois pela conversa dele percebi que não. Foi aí que tive (finalmente) a ideia brilhante de levantar a cabeça e olhar à volta. E lá estava o Rui, a falar ao telemóvel, na "ilha" no meio da estrada, onde ia dar a passadeira aos meus pés! Tão perto, de facto, que nesse momento me apercebi que conseguia ouvir a voz dele pelo ouvido que não estava colado ao telemóvel... Enfim, depois dos inevitáveis comentários, e embora continuássemos um bocado perplexos com o facto de as ruas todas das redondezas estarem fechadas ao trânsito, decidimos aproveitar ao máximo a oportunidade de passear a pé no meio de Westminster Bridge. Felizmente, o nosso "aproveitar ao máximo" foi menos entusiástico que o de um grupo de turistas italianos (não sei exactamente porquê, mas estão catalogados na minha mente como italianos), que se tinha sentado no chão a tirar fotos... e teve que se levantar literalmente de um salto para dar passagem a 2 motos da polícia a escoltar uma carrinha de caixa aberta! Tirámos as fotos da praxe com o relógio famoso...


and walked down toward Westminster Abbey, after checking with a policeman that it was open - with so many policemen about and part of the road cut off even to pedestrians, we were beginning to wonder! As we walked down we became aware of an ever growing number of people, which we only truly understood when we saw a group of liveried horsemen go by... That's when I finally clocked it: it was the Queen's Parade, when Her Majesty goes to Westminster to officially declare the start of the parliamentary year (why in November, I don't know, but I'll try to find out). After the horsemen we saw three horse-drawn carriages go by, one of which (the most adorned one) we presume was the queen's... I only managed to get a (bad) photo of the last one, and it took some effort - I had to find some convenient steps 1st!

e descemos a rua em direcção a Westminster Abbey, depois de confirmar com um polícia que a Abbey estava aberta - com tanto aparato policial e parte da rua cortada até aos peões, já estávamos a ficar com dúvidas! À medida que fomos descendo fomo-nos embrenhando num aglomerado cada vez maior de gente, que só percebemos verdadeiramente quando vimos passar uns cavalos com cavaleiros em trajes de cerimónia... Foi aí que se fez luz no meu espírito: era dia da Queen's Parade, quando a rainha vai a Westminster abrir oficialmente o ano parlamentar (porquê em Novembro, não sei, mas vou tentar descobrir). Depois dos cavaleiros vimos passar 3 coches, um dos quais (o mais engalanado) supomos ser o da rainha... Só consegui fotografar (mal e porcamente) o último, e foi com esforço - 1º tive que encontrar uns degraus!



After the carriages, it was the guards' turn to move out (in the meantime we discovered, through a fellow crowd-member, that the queen had gone into parliament at 11a.m. and was now - at noon - returning home), which was quite fun to watch, if for no other reason then to pity the Beefeaters, who must have been positively melting there in the sun!

Depois dos coches foi a vez de todos os guardas se retirarem (entretanto descobrimos através de uma "companheira de multidão" que a rainha tinha passado a caminho do parlamento às 11h e que agora - meio-dia - estava a regressar a casa), o que até certo ponto foi mais giro de ver, mais que não fosse para ficar com pena dos "Beefeaters", que deviam estar literalmente a derreter, ali ao sol!



After the parade had gone by, we took a few more photos of Big Ben while we waited for the street to re-open, so that we could cross the square and (eventually) reach the Abbey...

Passado o cortejo, tirámos mais umas fotos ao Big Ben enquanto esperávamos que abrissem as "barricadas" para podermos atravessar o largo e chegar (eventualmente) à Abadia...




On the lawn by the entrance to the Abbey, some volunteers were hammering in these crosses with poppies on them, for Remembrance Day celebrations, originally dedicated to all servicemen (and women) who died in WWI and WWII (and to their families), and now extended to all servicepeople who died on duty. There's one cross for every dead serviceperson, and most even have messages on, written by the families... The idea is part of the annual fundraising Poppy Appeal campaign for the British Legion, where you can contribute by buying a poppy for your lapel or dedicate a cross, star of David or Muslim crescent to the memory of a fallen soldier.

No relvado frente à entrada da Abadia, estavam voluntários a colocar estas cruzes com as papoilas, para as comemorações do Remembrance Day, dedicado inicialmente a todos os militares que morreram na 1ª e 2ª Guerras Mundiais (e respectivas famílias), e agora a todos os militares mortos em serviço. Está uma cruz por cada militar morto, e a maior parte tem mesmo mensagens escritas pelas famílias... A ideia faz parte da campanha anual de recolha de fundos da British Legion, o Poppy Appeal, uma campanha tipo pirilampo mágico mas com papoilas vermelhas para pôr na lapela, e em que para além de/em vez de comprar papoila quem quiser pode dedicar uma cruz, estrela de David ou Crescente (Muçulmano) à memória de um soldado falecido.


Soon it was time to say goodbye: I took Rui to the bus for Stansted, and went on to my history class.
But my appetite had been wet for the tourist's life, so I thought I'd make the most of the fact that the sun sets at 4p.m. to see London "by night" and try to convince my camera that it can take night photos and that I don't shake that much...

Num instante chegou a hora de nos despedirmos: fui pôr o Rui ao autocarro para Stansted, e segui para a minha aula de História.

Mas tinha-me ficado o apetite para a vida de turista, e por isso lembrei-me de aproveitar o facto de anoitecer às 16h30 para ver Londres "by night" e tentar convencer a minha máquina de que ela consegue tirar fotos à noite e eu não tremo assim tanto...